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“De nada”, diriam uns; “não há de quê”, dirão outros. E “não seja por isso”, “eu é que agradeço”, “obrigado eu”, dirão tantas pessoas sem que se esgotem as maneiras de se responder.

Existe uma maneira correta, única, de se retribuir, gentilmente, a expressão “obrigado”? Não, exatamente porque essas expressões, nascidas no meio de quem faz a língua (o povo), estão de tal maneira enraizadas na tradição e no automatismo que regra alguma conseguirá modificá-las, corrigi-las ou fazê-las convergirem para alguma coisa que se dite por ser correta. Mas é possível fazer alguma coisa para que se ponha ordem no assunto.
A forma mais simples: "por nada". É também a mais próxima de seu sentido original: você está se incomodando por coisa alguma, por nada. Não se usa a preposição 'de', mas a preposição 'por'.
A variação: 'não há de quê' (talvez porque “não há coisa de que você precise se lembrar por isso, esqueça, deixe para lá).
O que não se deve dizer: 'obrigado você'.
Outra possibilidade: 'obrigado digo eu a você'.
Fácil, mas preste atenção ao comprometimento: quem diz “obrigado” a alguém está na verdade filiando-se ao adágio antigo: quem aceita um favor vende a liberdade. É preciso retribuir, fazer alguma coisa para resgatar o favor recebido. A não ser que, para conforto de quem agradeceu, apareça sempre um 'por nada', liberando-o de futuros compromissos.

Postagem original 
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